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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Texto: O tempo despótico da língua universalizante de Milton Santos.

Analise

Editora: MAIS! Página: 16-17
Edição: Nacional Nov 5.2000
Seção + Brasil501 D.C
SANTOS, Joelia Silva dos. 01/10/2009

O texto “O tempo despótico da língua universalizante” de Milton Santos, aborda panoramicamente o poder exercido pela língua inglesa no contexto social, econômico e político do modelo global vigente.
Fazendo uma análise retrospectiva dos acontecimentos geográficos que marcaram a história da humanidade (colonização, imperialismo, globalização) Santos enfoca por meio de uma linguagem crítica a hegemonia lingüística comandada pelos países dominantes. Utiliza o termo instrumento ao referir-se à língua vertical a qual impõe-se sobre os planos horizontais por meio de milhares de informações e propagandas xenófilas divulgadas constantemente pela mídia.
Entende-se que a verticalidade da linguagem inglesa é o instrumento usurpador dos meios tecnológicos, estes por estarem inseridos nos lugares mais remotos do planeta, transmitem para a quase totalidade da população de determinado território o padrão ideológico da linguagem mundial: o inglês norte-americano.
Diante da falácia construída pela elite inglesa em relação aos domínios lingüísticos, evidencia-se o processo de desterritorialização. Significa dizer que não há países na era global com idiomas intactos no sentido de não ter sofrido influência da língua hegemônica. Portanto, pode-se falar em “línguas desterritorializadas”, que perderam sua originalidade ao incrementar elementos de outras linguagens.
É perceptível a posição do autor ao referir-se a uma linguagem universalizante, pois, mesmo com diversos argumentos apresentados pelos pontos verticais da sociedade, seria impossível homogeneizar a língua tornando-a universal. Um dos fatores cruciais para comprovar essa ideia seria analisar o ser humano no contexto idiossincrático. Com isso, torna-se notório que as diversas formas lingüísticas podem penetrar em diversos territórios, mas não conseguirá fixar-se por completo, devido as peculiaridades de cada povo.
Na conjuntura global, Santos aborda que os espaços lingüísticos hegemônicos são ferramentas da globalização. Estes atuam influenciando por meio das estratégias comerciais os novos espaços lingüísticos a adquirirem organização convergente aos espaços de pontos.
Isso comprova que os espaços hegemônicos possuem um império no meio lingüístico, até o momento inabalável.
Ao defender sua idéia concernente aos espaços horizontais, focaliza a produção das novas linguagens que as massas populacionais criam por meio de movimentos culturais.
O rep brasileiro que se distingue do rep norte-americano é um ótimo exemplo dessas criações ou novas formas de expressões.
O ideal para Santos seria estimular essas criações em todos os meios populacionais, uma vez que o domínio lingüístico não sofrerá isolamento, pelo contrário, ganhará repercussão dentro e fora do território nacional.
A crítica mais significante do autor consiste na afirmação de que o saber horizontal pode ser até mesmo mais universal que o saber vertical, o qual se destina a criar um mundo uniforme. No entanto, o objetivo é meramente o domínio lingüístico, enquanto o saber horizontal se objetiva a descobrir, criar e inovar a linguagem na perspectiva de afrontar o mundo.

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